Candido Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, numa fazenda de café em Brodowski, no Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebeu apenas a instrução primária de desde criança manifestou sua vocação artística. Aos quinze anos de idade foi para o Rio de Janeiro em busca de um aprendizado mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes.
Portinari, como a maioria das crianças, tinha alguns medos, um deles era dos retirantes. Nas secas, essas pessoas ou famílias caminhavam quilômetros em busca de promessas de trabalho e comida. Achavam que a terra do café oferecia tal trabalho. Entravam em Brodowski, maltrapilhos, magros, as mulheres com as formas do corpo largadas, seios e barrigas caídos, as pernas eram finas demais. As crianças tinham a barriga enorme, andavam descalças os olhos saltados e grandes. Os homens tinham os pés misturados na terra vermelha de Brodowski na maioria das vezes, quando não andavam com as famosas sandálias de couro batido. Todos carregavam em seus olhares e rostos a dor, o sofrimento, o desgaste físico, a fome... Essas imagens ficaram gravadas na memória do menino de Brodowski e, mais tarde foram retratadas em algumas de suas famosas telas.
Lembranças
O povo retirante do sertão
Andava sofrido pela estrada
Em busca de trabalho e pão
Seguindo a longa jornada
Levavam consigo a dor e a esperança
De encontrar um novo chão
Para ali plantar feijão
E sair dessa situação
Tinham os olhos esbugalhados
Como um bicho assustado
Que mil vezes espreitava o horizonte
Evocando a Deus o pão abençoado
No caminho só tinha espinho
O chão árido e ardente
Os meninos barrigudinhos
Todos sem dentes
Do alto, somente observando
Os urubus a fitá-los
Sobrevoando em bando
Esperando a hora de atacá-los
E o medo do menino
Que observava calado
Aqueles pobres retirantes
Chegando no povoado
As marcas na memória
O tempo não apagará
Na tela de Portinari
O registro ficará
Fontes: AZEVEDO, Heloiza de Aquino. Candido Portinari. Filho do Brasil, orgulho de Brodowski! Ed Árvore do saber 2004.
Autoras: Carina Copatti, Ivânia Daronch, Marcieli Perera Marcon, Raquel Comiran
Portinari, como a maioria das crianças, tinha alguns medos, um deles era dos retirantes. Nas secas, essas pessoas ou famílias caminhavam quilômetros em busca de promessas de trabalho e comida. Achavam que a terra do café oferecia tal trabalho. Entravam em Brodowski, maltrapilhos, magros, as mulheres com as formas do corpo largadas, seios e barrigas caídos, as pernas eram finas demais. As crianças tinham a barriga enorme, andavam descalças os olhos saltados e grandes. Os homens tinham os pés misturados na terra vermelha de Brodowski na maioria das vezes, quando não andavam com as famosas sandálias de couro batido. Todos carregavam em seus olhares e rostos a dor, o sofrimento, o desgaste físico, a fome... Essas imagens ficaram gravadas na memória do menino de Brodowski e, mais tarde foram retratadas em algumas de suas famosas telas.
Lembranças
O povo retirante do sertão
Andava sofrido pela estrada
Em busca de trabalho e pão
Seguindo a longa jornada
Levavam consigo a dor e a esperança
De encontrar um novo chão
Para ali plantar feijão
E sair dessa situação
Tinham os olhos esbugalhados
Como um bicho assustado
Que mil vezes espreitava o horizonte
Evocando a Deus o pão abençoado
No caminho só tinha espinho
O chão árido e ardente
Os meninos barrigudinhos
Todos sem dentes
Do alto, somente observando
Os urubus a fitá-los
Sobrevoando em bando
Esperando a hora de atacá-los
E o medo do menino
Que observava calado
Aqueles pobres retirantes
Chegando no povoado
As marcas na memória
O tempo não apagará
Na tela de Portinari
O registro ficará
Fontes: AZEVEDO, Heloiza de Aquino. Candido Portinari. Filho do Brasil, orgulho de Brodowski! Ed Árvore do saber 2004.
Autoras: Carina Copatti, Ivânia Daronch, Marcieli Perera Marcon, Raquel Comiran