Ser Professor!!!!

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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Os prazeres de Débora

Como dizia “Surfistinha”: “as fantasias e variações só vem com o tempo. Com os mais experientes, não é bem assim.” Era a mesma imaginação que faz fluir ao belo moço Paulo a encantadora Débora, numa segunda-feira de março de 2011, quando esta ria dele, por ter acreditado nas suas insinuações feitas na véspera de seu encontro misterioso.
Na penumbra do quarto, toca o telefone. Meio sonolenta, atende quando este toca pela segunda vez. Do outro lado da linha ouve a voz de um homem na espera de explicação:
_ Por quê você fez isso?
_ Isso o quê? Não estou te entendendo. Responde ela irônica.
_ Guria, te esperei até altas horas na night e tu nem dez pra mim? Cara, fiquei muito chateado contigo, por que tu deu essa bola fora? Tu sabe que pode me perder a qualquer momento se continuar agindo assim.
Nesse instante Débora entra no joguinho de Paulo e sinicamente desanda num choro só:
_ Meu amor, não faz assim comigo. Bah, tu não sabe o que aconteceu. Fui pra facul e comi um hot-dog com Smirnoff e me senti indisposta. Decidi ir para casa, aí a Carol ficou lá comigo, até tarde.
Débora ria, ria. Os homens são assim; acreditam em todas as nossas encantadoras palavras, quando querem “algo a mais”. De malas prontas, adquire outra personalidade... A de mocinha do interior.
Na estação, a mãe está a sua espera.
O domingo estava lindo e a comunidade de Santo Expedito em festa. Débora vestida discretamente acompanha seus pais e seu irmão Lucas à missa na capela. Sua imaginação vagava por entre os desejos mais pecaminosos e ela tenta reprimi-los sorrindo inocentemente.
Do outro lado está Jerônimo, rapaz de boa índole familiar e muito tímido. Observa Débora com o canto dos olhos. Na saída da missa, as famílias se encontram e Jerônimo timidamente sorri para a moça que encabulada retribui.
Na matinê, Jerônimo cria coragem e tira Débora para uma peça. Ela aceita com uma condição:
- Não chegue muito perto de mim, pois meu pai não gosta de sem-vergonhices e tá de olho em mim lá da bodega.
- Pode dexa, sô moço direito e te respeito porque te gosto muito.
No meio da dança, vêm à sua memória os momentos alucinantes da festa eletrônica na qual aventurou-se em desejos, ao invés de encontrar-se com Paulo. Desligando-se da conversa que Jerônimo mantém.
Os cachorros latem, os quero-queros cantam no potreiro avisando a família de que as visitas estão chegando para o serrão. Os homens jogam barralho, as mulheres fazem o tricot para o enxoval das filhas. Débora sentada atrás do fogão à lenha, come pinhão enquanto ouve sua mãe e sua futura sogra ensinando-lhe uma simpatia de amarra marido. A moça troca olhares discretos com Jerônimo, que já se imagina vivendo com ela.
Enquanto os pais se despedem, Jerônimo se aproxima de Débora e ansiosamente pergunta:
_ E quando que vamo se ver de novo?
_ Vou demorar alguns dias pra voltar. Por que agora começam as provas e sabe como é a distância, não dá pra vir sempre.
_ Vou ficar contando as horas pra te ver.
De volta à rotina, Débora deixa aflorar a mulher que há nela. Minha vontade de descobrir tudo sobre a vida parece não ter fim desde que saí da casa de meus pais para estudar na cidade grande, pensa ela.
Débora desperta olhares e desejos dos homens que cruzam seu caminho, transformando-se em cobiça aos olhos masculinos.
No elevador do Shopping ela depara-se com um senhor de meia idade, porém extremamente envolvente, e cheia de desejos reprimidos entrega-se ao prazer da companhia do homem que a conduz ao seu apartamento. Naquela noite desliga-se do mundo para viver a loucura e o pecado.
Na manhã seguinte é despertada pelo toque insistente do telefone. Atende preguiçosamente e percebe no mesmo instante a irritação na voz de Paulo.
_ Qual é a desculpa agora? Tu ta me tirando guria? Desde domingo aguardo notícias suas, te esperei no msn, deixei recado na caixa postal e tu nem me retornou!
_ Cheguei tarde e muito cansada, a viagem foi longa, nem na facul tive ânimo pra ir, por isso não te liguei. Espero que entenda.
_ Fiquei te esperando, deixei de sair com os “piá” e nem pude curtir o findi, nem na boate me animei em ir.
_ Hum... Estou me sentindo culpada gato. Preciso me redimir... Que tal um jantar aqui no meu apê hoje à noite? Você não vai se arrepender de ter esperado por mim.
As luzes estavam apagadas e a música era um plano de fundo para os pensamentos obsenos de Débora. Via-se sedutora despindo-se aos olhos desejosos de Paulo.
Interfone. “Ele chegou. Deixei subir. Enquanto isso checo os últimos detalhes: Champagne no balde com bastante gelo, casa cheirosa, a luz bem leve e para completar coloco um cd com uma música bem envolvente. Visto uma roupa curta e provocante. Atendo a porta, ele entra com todo seu charme e parte logo para o ataque. Me faço de difícil, mas o clima logo esquenta e tudo se transforma em loucura”.
Mesmo Paulo estando frequentemente em seu ape, Débora procura novas aventuras nos braços de outros homens. Mas é surpreendida por Paulo em um desses momentos de fantasia. Mesmo assim, ele, envolvido por essa paixão, perdoa seus deslizes.
Passado meses, envolvida com as descobertas desse novo mundo de prazeres e desejos, não tem tempo de dar notícias aos seus pais e muito menos visitá-los.
Num domingo chuvoso, o barulho do chuveiro impediu que ouvisse a campainha, a porta entre-aberta deixava ouvir os suspiros ofegantes de dois seres envolvidos pela paixão.
Dava-se por fim a identidade oculta daquela menina ingênua, quando seus pais e Jerônimo invadem o banheiro e surpreendem os amantes.
_Dééééboraaaaaaa!!!!!!!!!!!????????

Grupo: Carina Copatti, Ivania Pase Daronch, Marcieli Perera Marcon e Raquel Comiran.

2 comentários:

  1. A Débora surgiu de uma brincadeira das componentes do grupo, que tentam provocar os leitores a posicionarem-se em relação às atitudes da personagem. Abordamos a questão do rural e o urbano, os choques culturais e as mudanças que podem despertar na vida de muitas pessoas que alteram a vida ao migrar.

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  2. Bá gurias! Focou muito legal o texto. gostei mesmo de ver a mistura das abordagens expressas no trabalho.
    Parabéns!
    Um abraço, Laura

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